Transformando histórias nordestinas em patrimônios de leitura

Perdidos no tempo? Lídia Bastos nos convida a redescobrir cada momento da vida

O TEMPO NO TEMPO DAS COISAS

Qual o tempo no tempo que a gente tem?

Que tal deixar o tempo no tempo que tem?

Que tal mergulhar no tempo, deixando o tempo contente também?

Que tal fazer no meu tempo o tempo que cada coisa tem?

Por que a flor carrega no seu tempo um compasso todinho, de beleza e espinhos, que graça tem? A graça da flor por si mesma não guardando no tempo a graça que tem.

Mas que graça teria o tempo se no tempo que cada gota tem, não tivesse segredo ou medo do medo que o tempo tem?

Estou cheia desse tal tempo, do tempo que ninguém tem.

Estou cheia da graça do tempo, no tempo que tudo tem.

E de tanto tem e de tanta graça, só o tempo tem, se não tiver graça ou for sem graça, somente o tempo no tempo da graça, somente ele achará a graça que a graça tem.

Mas, ao final dessa prosa, prosear sobre o tempo me leva além. Além daquela vidraça que somente a falta de graça da vida que passa, semente tem. Semente tem graça se for na graça de ver tudo que se passa no tempo de alguém.

O tempo de alguém carrega na farda a verdadeira garra que o tempo tem. A garra que não passa de farsa para forçar a garra que o TEMPO tem. De alguém? De ninguém? Qual a graça que o tempo tem?

Talvez a graça do muro, a graça do escuro, a graça do caminhar solitário também, mas acredito piamente Deus do CÉU que somente o tempo pode dizer com firmeza tudo isso também. O também carregado de tempo do tempo que tudo tem.

O tempo que tudo tem carrega na raça a VIDA que se tem.

Não se farte da VIDA que passa na vida de alguém, mas cuidado com a vida que passa no tempo que NÃO tem…

Maria Lídia B. SIlva – 28/04/2025

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